Bastos
Sou uma carioca de 46 anos, há quase 20 anos em São Paulo e há 5 anos em Valinhos, um “interior” perto de São Paulo em uma casa dentro do verde me inspira bastante. Mas deixa eu voltar alguns capítulos: sou economista mas sempre trabalhei em marketing, apaixonada por comunicação e marcas trabalhei em grandes marcas globais e me apaixonei por contar histórias através de palavras e imagens. Quando já casada tive minha filha – hoje com 6 anos – resolvi interromper a vida de longas viagens e em 2016, alinhando minha experiência e paixão por comunicação e imagens, decidi entender um pouco mais sobre ilustrações digitais. Durante uma aula “recortei” digitalmente uma foto de Maria Antonieta e coloquei nela asas. Foi naquela hora que eu soube “vou fazer isso pelo resto da minha vida”.

Crio imagens em arte digital e aplico sobre superfícies. Amo testar como as imagens se comportam em diferentes texturas e dali transporto para objetos.
O que me inspira é o impulso. Para mim criar é esse impulso, essa busca contínua da nova forma, do novo. Me inspira que para isso eu tenha que olhar de outro ponto de vista. E para mim esse ponto de vista é do alto: é do alto que amplio a minha visão.
Por isso a Kaza Asa. Minha marca tem asa no nome porque pra mim criar é ver do alto, é abrir as asas nesse processo de enxergar novas camadas e dimensões.
Eu realmente tomei esse impulso ao abrir as asas, por isso elas estão tão presentes no meu trabalho e deram o nome a minha marca.


Tudo começa na asa que depois pode ou não ficar na imagem, mas sempre é o convite, o ponto inicial. Depois trabalho nas camadas, as geometrias. Ai vem a impressão em materiais distintos e ai objetos. Lá bem no início fiz objetos para a minha casa. Eu amo observar como as imagens se comportam em superfícies e contam histórias muitas vezes distintas em cada uma delas. Asas são o convite ao primeiro olhar, mas amo as camadas geométricas por trás.
Beleza no dia a dia. Objetos que uso. Ver arte e viajar para isso. Não perco a oportunidade de observar novos pontos de vista.
As viagens me alimentam muito, não vivo sem elas e até para isso eu tenho que voar. A inspiração já começa aí.
Amo os pratos que estou fazendo por serem objetos de uso continuo, amo que a arte possa ser vista e além, tocada, usada, manipulada. Acredito que os novos sentidos e histórias vão sendo criados.


Como falei ali acima, quando coloquei asas na Maria Antonieta – uma personagem que me inspira. Aliás, tenho um trabalho em desenvolvimento sobre esse tema... estou trabalhando nele...
Absorvo muito de instalações. Adoro trabalhos multidimensionais porque conversam muito com as camadas e dimensões que coloco nas minhas criações. Gosto do diálogo entre diferentes materiais. Leve e pesado, macio e áspero, tecido e metal. Realmente me inspira muito. Recentemente uma exposição que me impactou muito foram os trabalhos de Mariza Merz que pude ver pessoalmente no Museu de Arte Moderna de Salburg. Apaixonante.


Não sinto mas tenho consciência de que meu trabalho não está tocando em limites que, observo em outros trabalhos de outras mulheres, tocam sim e incomodam. Quem sabe o meu impulso não me leve um dia a esse limite?
Me faz muito feliz concretizar. O impulso que é o início de tudo, não basta, concretizar basta. Produzir e esperar que a história que busquei contar encontre eco em outras histórias.
Seguir o impulso. Não se conformar com o que você é hoje. Eu poderia escrever um livro sobre o quanto me custou (em auto convencimento) que eu poderia criar, mudar de “profissão”, ser artista, ser designer, não importa o nome, mas imagina para uma virginiana com ascendente em touro uma mudança assim? Então a dica é vai, com medo, mas vai. O caminho é orgânico e as respostas virão no caminho (mesmo que ele não seja reto). Abra as suas asas!


Meu grande impulso agora é vender os objetos que crio. Antes aqui em casa reservados para mim e depois elogiados por amigos que os viam. O site já está no ar e espero que façam sentido para outras pessoas. Um outro grande auto convencimento: comercializar.