Risso
Sou de São João da Boa Vista, interior de São Paulo. Sempre gostei de experimentar, e quando era mais nova fiz um pouco de tudo, aula de desenho, pintura em tela, biscuit e até bordado.
Fui buscando caminhos e com o tempo fui aprendendo que criar era a melhor forma de canalizar meus pensamentos e sentimentos.
Usava a arte como forma de contestar as pessoas a minha volta, hoje em dia funciona mais como uma terapia, uma forma de meditação.
Com o tempo São João se tornou pequena demais para mim, para os meus objetivos, queria aprender mais, me conectar com novas pessoas e experiências, então vim estudar em São Paulo.
Conheci e continuo conhecendo pessoas incríveis, aprendendo muito a cada dia e cada vez mais trabalhando para consolidar o meu trabalho autoral.

O desenho à mão principalmente! Quando sobra um tempinho gosto de pintar também, aquarela, nanquim... ultimamente estou tentando aprender mais sobre pintura digital.
E de um jeito amador gosto muito de colagens, fotografia, linoleogravura...
As vezes escrevo, mas só pra mim, meio que pra organizar e registrar os pensamentos.
Pessoas interessantes me inspiram, imagens bonitas, trabalhos de pessoas talentosas, e aí me dá vontade de criar também.
Gosto muito de pesquisar, me perco no Pinterest, no Behance, bibliotecas, livros, histórias em quadrinhos, mangas, animações, filmes.


A ideia surge. Eu gosto de pesquisar um pouco antes de começar, procurar algumas fotos de referência, e aí é todo um ritual pessoal, coloco uma música, acendo um incenso, fico confortável, vou rascunhando e geralmente o meu processo é um pouco lento. haha...
Gosto de rascunhar, fazer uma pausa, dar uma volta, olhar novamente para o desenho pra ter certeza se é assim que eu quero que comece, daí finalizo o rascunho, mais uma pausa, depois passo nanquim.
Assim tenho novas percepções cada vez que olho para o desenho antes de finalizar. Para mim, dessa forma tenho mais chances de ficar feliz com o resultado final.
Observo bastante, tento anotar todas as ideias, procuro me informar sobre projetos interessantes, exposições, trocas de experiências me mantém criativa.
As estampas/identidade visual da Maria Tangerina, a vitrine da pop up store MT + Somos55, o cartaz do jardim secreto, e todos os trabalhos que fiz para amigos!
A energia que envolve cada parceria acaba contando até mais do que o trabalho em si, são pessoas que eu admiro, e acabo feliz com o resultado na maioria das vezes.
De trabalhos autorais, acho que o meu preferido foi o meu projeto de TCC, que é uma série de ilustrações sobre deusas pagãs em shapes de skate. São temas que me fascinam, acabou sendo fácil e divertido de pesquisar.
O projeto físico ainda está inacabado, mas eu gosto muito das ilustrações.


Acho que muitos momentos foram importantes, cada um deles me fez refletir sobre o que eu estava criando, sobre como as pessoas absorvem o meu trabalho e qual o impacto disso.
Quando decidi me mudar para São Paulo, quando comecei a trabalhar e entender como o mercado funciona, quando eu participei da primeira feira expondo meus prints e tive um feedback de clientes, isso tudo contou muito.


São muitas pessoas incríveis e talentosas, não consigo lembrar de todos agora, mas me inspiro muito em mulheres fodas, como a Patti Smith.
Amo as ilustrações de MaiS2, Karina Eibatova, Martine Johanna, Thaiz Leão e também do Hugo Abacrombie Ink e Dirty Robot.


Eu acho que sim, ainda existe.
Eu participei de uma exposição no MIS uma vez, organizada pelo Jardim Secreto, sobre o Feminismo e o tema que eu escolhi abordar foi o machismo da própria mulher que não se aceita e não se permite sentir prazer sozinha. Desenhei uma vagina com um olho por dentro e a frase: “se tocar não é tabu”.
Logo depois vieram me perguntar: mas tinha que ser tão explicito? E a resposta é sim! Tinha sim, pois esconder só reforça a ideia de tabu.

Estar com as pessoas que eu gosto, ver o meu trabalho ser reconhecido, saber que a minha família está bem.
Meus amigos! Sentar pra tomar uma cerveja e jogar conversa fora, conhecer pessoas, ficar em casa também, e ter tempo para descansar e fazer as minhas coisas, ver desenho, organizar o armário. Comer!
Eu acho que o mais importante é ser honesto com você, com os outros artistas e com quem vai comprar a sua arte.
Reconhecer suas influências e inspirações, mas ser sempre original, buscar fazer um trabalho único, encontrar o seu estilo, mas sempre se permitir experimentar novas linguagens, há espaço para todo mundo!


Sempre existem projetos paralelos com a Maria Tangerina, marca de dois amigos queridos. No momento estamos trabalhando em atualizar a identidade visual.
E alguns projetos pessoais, ideias que tive e ainda não tive tempo de pôr em prática, séries de ilustrações.