Delleva
Quando eu era pequena eu cavava buracos na terra laranja do jardim da minha casa e fazia cinzeiros. Até que um dia fiz um elefante e fiquei fascinada. Depois de muitos anos pensando em, estudar fisioterapia, ou ciências sociais, ou hotelaria, ou dança, fui para Londres e comecei a estudar cerâmica, de lá para Barcelona onde fiz um curso superior de cerâmica artística porque a paixão virou amor. Depois de 3 anos mergulhada no cotidiano cerâmico catalão, fui para o Marrocos em 2005 trabalhar com os artesãos que não se consideravam artistas e eram (e são) explorados pelos comerciantes como os artesãos do mundo todo. Nessa época surgiram as minhas primeiras composições musicais. Era tanta coisa que me entrava pelos poros que eu precisava fazer algo mais com aquilo!! Isso me tocou muito e marcou a minha arte! Hoje eu transito entre esses lugares internos que construí!

As mãos e meus pulmões são as minhas ferramentas!
Tudo que acontece comigo e com outras pessoas que me toque mais profundo me faz criar. Sinto tudo com muita intensidade e se não coloco isso pra fora me sinto triste e sobrecarregada!

Uma bagunça! Preciso de muita liberdade para criar. Cada inspiração vem de um jeito e de um lugar diferente! Sempre deixo espaço para o inesperado.
Não vejo TV e presto muita atenção nas miudezas da vida!


Ainda não preferi nenhum.... Tipo coração de mãe! Como me divido entre a música e a cerâmica e esses dois ofícios dançam bem juntos, eu acabei dividindo minha atenção e isso me livra da obsessão de querer chegar em algum lugar.
O momento de decidir a faculdade me marcou de mais. Eu não tinha a menor ideia do que “queria ser ” e isso foi sério para mim. Juntei dinheiro e fui para a Europa fazer cursos livres de arte e cai na cerâmica. Aquilo ficou maior ainda quando decidi fazer faculdade de cerâmica, pois ao mesmo tempo que eu me achava visionaria, ganhei um rótulo de louca perdida. Seguir meu caminho pedia força e foco pois já sabia que não ia ser fácil. Essas decisões foram tomadas com muita coragem e essa coragem muitas vezes se manifesta na minha arte.
Eu não conheço muito de artes plásticas. O que me toca mesmo é a música. Violeta Parra me inspira muito desde sempre. Na verdade a vida das pessoas e como elas realizam seus trabalhos é o que me inspira. Isso para mim é fascinante!!
Eu acredito que sim. Quando eu era menor não me sentia bem por ser considerada bonita, sentia que não me davam a mesma credibilidade que davam a um rapaz da minha idade. Meu trabalho sofreu por um tempo uma falta de confiança por essa razão. Mas isso, hoje o tempo me devolveu!


Amar me faz muito feliz!
Estejam atentas a vocês mesmas e cometam os erros necessários em paz!!!

Estou em uma campanha muito desafiadora para gravar meu primeiro disco com meu trabalho autoral. Já tive outros projetos musicais no tempo que morei na Espanha, mas esse é meu primeiro trabalho solo com minhas músicas. O desafiador disso é que preciso da ajuda de pessoas que acreditem e gostem do meu trabalho, pois elas colaboram comprando minhas cerâmicas através do site do catarse.
