Brasileiro
Me formei em Design Gráfico, mas hoje em dia gosto mais do termo "Visual Designer". Acho que ele me dá mais liberdade de contextualizar as coisas que eu faço. Nasci em BH (amo pão de queijo), e me mudei para São Paulo (minha cidade de coração) logo depois que me formei. Lá trabalhei com editoriais, arrisquei algumas ilustrações. Depois de um tempo me aventurei como freelancer e no meio dos trabalhos comecei aplicar para mestrados. O primeiro resultado foi o da Aalto Art University, fiz as malas, vendi minhas coisas e vim para Helsinki. Sou curiosa e amo viajar, aprender e conhecer coisas. Também amo miniaturas e livros, e é muito difícil combinar minha vida semi-nômade e minha coleção, infelizmente não tenho como carregar todos eles comigo.

Para começar, sempre papel ou um caderninho, e caneta 0.5, preta.

Acho que a minha maior motivação é o respiro que a arte, a música, o livro, a foto, o filme te dão de uma rotina. São aquelas coisas que te fisgam e te fazem refletir sobre o instante que você está vivendo. Essas são as coisas que mais me tocam, e é o que tento passar com o que eu faço.


Confuso. Não tenho um processo linear e já sofri muitas crises por causa disso. Mas sempre rabisco tudo em uma folha de uma forma orgânica e depois tento separar e segmentar de uma maneira mais lógica. Busco referências tanto online, quanto nas minhas pastinhas de imagens, nos livros e papéis que coleciono. Gosto de buscar referências, recortar, e criar a partir desses pedaços soltos re-combinados. Às vezes tenho ideias antes de dormir, ou caminhando, não é muito previsível.
Sempre estou vendo "feeds" de amigos. Também gosto de ler e conversar com pessoas que não tem nada a ver com “arte, design etc..” . Adoro conhecer biólogos, linguistas e outras profissões que me tiram da minha zona de maior conhecimento. Acho que criar é ter esses diferentes olhares sobre as coisas, e pra isso é bom “alongar seus pensamentos”.


Atualmente, são os livros que desenvolvi no Japão. Morei lá de agosto até fevereiro desse ano, como "master exchange". Foi uma experiência única viver lá, e ter o meu supervisor - um japonês que falava quase nada de inglês e ainda assim conseguir com tão poucas palavras desenvolver um projeto com ele. Ele virou uma grande referência para mim, porque me fez quebrar e vencer várias barreiras e bloqueios que tive durante o processo de criação. Também tenho um apego enorme ao meu projeto de graduando do bacharel "Desfios", que abriu muitas portas pra mim no começo.

Acho que meus maiores marcos aconteceram juntos com minhas mudanças de cidade. São Paulo, Helsinki, Tóquio. Tenho uma grande sensibilidade com o ambiente que me cerca, por isso esses foram crescimentos profundos. Mas além disso acho que toda minha trajetória até agora foi marcada por mini-momentos decisivos, e esses são os mais sólidos que ficam e vão construindo a base para um próximo passo.


Muitas. Acho que hoje em dia você conhece pelo menos uma pessoa nova inspiradora por dia, né? Mas os mais marcantes pra mim são aqueles que dizem muito com pouco, ou deixam um grande espaço de interpretação. Eles ficam em algum lugar na minha cabeça que quando vou criar, desejo muito conseguir fazer algo impactante e simples como eles. Sempre deixo algumas imagens no meu desktop para inspirar a qualquer momento. Atualmente os que estão lá: Takehito Koganezawa, Lee Ufan, Theo Firmo, Sol Lewitt (instructions).
Infelizmente sim. A intensidade varia muito dependo do lugar e da situação, mas ainda existe essa pressão social muitas vezes não explicita, mas presente. Como freelancer não sinto tanto, porque as pessoas me procuram já conhecendo meu trabalho.


Ser verdadeira comigo, para viver o que eu acredito e é real para mim. Acho que essa busca interna reflete nas relações que eu vivo de maneira positiva, se cercar de pessoas que tem uma boa energia. Também, claro, viajar… me deixa BEM feliz!
Acredito que o caminho começa internamente, por isso sempre seja honesta com você. Se der muito medo, converse e divida, na maioria dos casos o medo vai diminuir mais da metade. Sonhe muito, mas não esqueça de viver o seu agora.


Sim, um enorme e que anda me aterrorizando um pouco: minha tese de mestrado, aonde estou tentando combinar publicações e experimentos usando meu tempo em Tóquio como conteúdo. Também estou preparando os livros "Paper Cut" e “Onigiri Soul” para serem publicados pela Bebel Books.